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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sete dicas para não ficar liso nas primeiras visitas à concessionária


Carro zero, cheiro de novo, tudo funcionando perfeitamente, pintura impecável, garantia generosa, até que vem a primeira ida à oficina da concessionária e começam as decepções. Como evitá-las?

Fique tranqüilo, aqui você vai descobrir que é possível efetuar uma manutenção decente no seu carro sem ficar com os bolsos vazios, verá como fugir dos grandes orçamentos feitos por mecânicos de caráter duvidoso e por consultores (não) técnicos.

- Primeira troca de óleo: a primeira surpresa

Muito comum o carro entrar na oficina para primeira troca de óleo e o cliente se deparar com um orçamento gigante. Não vacile, a primeira troca de óleo consiste apenas em: oleo, filtro de óleo, filtro de combustível (consulte o manual do proprietário) e o anel de vedação do bujão do cárter (em alguns carros.). Qualquer adicional a essa lista é desnecessário.

- Limpeza de bicos injetores, tão adorada pelos “mexânicos”

O que é: remoção de impurezas do bico injetor. Essas impurezas obstruem o bico e o spray de combustível não é injetado como deveria. O motivo principal desse problema é a falta de atenção com o prazo de troca do filtro de combustível. Há casos também em que o combustível adulterado contamina o bico obstruindo o spray de combustível.

Como é feita: é realizada por uma máquina própria para limpeza de bico, que consiste em uma cuba na qual é colocado querosene e os bicos. A limpeza é feita por ultrasson. As válvulas injetoras também podem ser limpas também através de um líquido que é injetado na flauta com o motor em funcionamento.

Quando é necessária: a limpeza de bicos não consta na lista de manutenção preventiva das montadoras, portanto ela só se torna necessária quando o veículo apresenta alguma irregularidade no seu funcionamento depois de um completo diagnóstico sobre o sistema de injeção. Se você troca o óleo sempre no tempo e por prevenção troca também o filtro de combustível, seu carro está preservado e não precisa disso.

Dica: abasteça com gasolina aditivada, pois a mesma contém aditivos detergentes que arrastam as partículas de sujeira da linha de combustível e dos bicos que serão queimados na câmara de combustão.

- Aditivo para óleo: quase inútil…

O que é: aditivos que prometem redução de atrito, redução de consumo de óleo e menor emissão de fumaça.

Quando é necessário: não há momento específico em que eles são recomendados, então pela lógica deveriam ser indicados por suas vantagens, no entanto essas vantagens ainda são duvidosas. Por exemplo: a redução de atrito implica em aumento de potência e redução de combustível, porém não é algo que esses aditivos vêm demonstrando mesmo estando no mercado há anos. Sua eficiência é duvidosa, então sua aplicação também é. Portanto mais um item para ser apagado do seu orçamento.

- Descarbonização química: item polêmico

O que é: limpeza química de depósitos de carvão incrustados no motor.

Como é feita: um líquido (solvente) chamado flush (ou flushing) é introduzido no motor em temperatura de trabalho, o motor e mantido em funcionamento por vinte minutos. O líquido dissolve o carvão incrustado nas galerias e por onde ele passar. Depois o óleo velho é removido e colocado o óleo novo.

Quando é necessária: algumas montadoras já tiveram problemas de carbonização precoce em seus veículos, portanto a descarbonização química ou flush pode ser uma alternativa para contornar esse problema. Porém o flush deve ser usado com bom senso. Se ao abrir a tampa do óleo já é visível um pouco de borra de óleo, trata-se de um sinal de que a carbonização está iniciando. Nesse caso, o flush é permitirdo. Caso o motor já esteja completamente tomado pela borra, o ideal é abrir o motor, efetuar sua limpeza e desencanar do flush. Conclusão: mais um item/serviço que pode ser dispensado em troca da manutenção em dia.

- Limpeza de TBI, comum em orçamentos gigantes

O que é: limpeza do corpo de borboleta feita por um spray que contém solventes detergentes de amônia e inibidores de corrosão. Dissolve a sujeira impregnada no corpo.

Como é feita: o spray é aplicado com o motor em funcionamento, uma pessoa acelera o motor enquanto o mecânico aplica o produto sobre o corpo limpando-o. O TBI também pode ser limpo a mão com um pincel e utilizando o mesmo produto de limpeza.

Quando é necessária: sua aplicação na maioria das vezes é desnecessária, porém quando o veículo apresenta os primeiros sinais de carbonização a probabilidade do TBI (corpo de borboleta) estar contaminado é muito grande, então caso o serviço conste no orçamento faça questão de saber se ele é realmente necessário. Peça para ver o corpo de borboleta. Não tem erro se, ele estiver impregnado com uma sujeira preta, a limpeza deve ser efetuada.

- Kit Lubrificante: totalmente dispensável

O que é: um kit composto por uma graxa spray, um silicone spray e um spray anti corrosivo. Sua finalidade é limpar, proteger e lubrificar dobradiças, mecanismo de travamento, calhas de vidro (silicone spray) e etc.

- Aditivo para combustível: só para gasolina ruim

O que é: aditivo detergente colocado no tanque de combustível. Sua função é evitar que a linha de combustível, bicos injetores e câmara de combustão fiquem impregnados de sedimentos e gomas. Ele dissolve o carvão de queima incompleta do combustível e a borra da linha de combustível, ou seja, faz a mesma função da gasolina aditivada. Fica o seu critério utilizá-lo ou não.

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Anderson Luiz Dias é estudante de engenharia mecânica, formado no curso técnico de Manutenção Automotiva pelo IFCE e no curso de aprendizagem de Mecânica Automotiva pelo SENAI, certificado ASE em 2010 na categoria reparo de motor. Trabalha atualmente como mecânico de viaturas nível dois em uma empresa de auxílio de solo de transporte aéreo.


Fonte: jalopnik.com.br
Foto: Google

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