O desempenho melhora em até 50%, mas os gastos podem chegar a R$ 7 mil reais.
Geralmente,
carros com motor 1.0 produzem por volta de modestos 70 cavalos. Com uma
potência tão baixa, é difícil fazer ultrapassagens ou alcançar os 120
km/h sem ouvir gritos de dentro do capô. Mas a instalação de um
turbocompressor pode melhorar de 30 a 50% o desempenho de seu compacto.
Segundo o engenheiro Rubens Venosa, a alteração faria com que o veículo
rodasse de forma parecida a de um 1.5 litros. “E o consumo de
combustível pode até ser menor”, completa.
Em um motor
com turbocompressor, a energia dos gases que saem pelo escapamento é
reaproveitada para movimentar o compressor do turbo, que, por sua vez,
joga mais ar comprimido dentro do motor. Com essa maior quantidade de ar
denso, é possível utilizar mais combustível, gerando mais potência. Por
conta disso, quando o turbo é instalado, também é necessário recalibrar
a injeção eletrônica do veículo. Para manter a mistura estequiométrica
(de combustível e oxigênio), as informações do chip da injeção são
reajustadas à proporção de combustão. “A cada uma unidade de volume de
gasolina, é preciso catorze unidades de volume de ar”, explica Venosa.
Hoje,
muitas montadoras estão investindo em motores menores turbinados, com o
objetivo de diminuir a emissão de CO2 e o consumo de combustível. Um
motor 1.0 turbinado pode alcançar a mesma potência que um 1.4 aspirado,
porém, por ser menor e consumir menos combustível, ele se torna mais
econômico. Antes os turbos eram associados apenas a carros esportivos,
mas hoje as montadoras trabalham no desenvolvimento desses motores por
conta da questão ecológica. “Para 2015, esperamos um crescimento
significativo na oferta de turbos no Brasil”, conta Christian Streck,
engenheiro da Honeywell Turbo Techologies.
Turbo Garrett GT12 utilizado no Gol 1.0 da Volkswagen, em 2000
Como
consequência da turbinação, o tempo de vida do motor é reduzido, já que
seu material e suas peças passam a trabalhar fora das condições
originais para as quais foram projetadas. Segundo Streck, a recomendação
é que sejam feitas alterações moderadas (de até 30% de melhoria) para
não comprometer a durabilidade do motor. “Além disso, é importante fazer
a troca de óleo lubrificante em metade do tempo que costumava ser
feita”, explica o engenheiro.
O custo
Os
gastos não estão apenas na instalação do turbo – que chega a R$ 5.500.
Antes de fazer a alteração, é preciso solicitar autorização ao órgão de
trânsito no qual o veículo encontra-se registrado. Uma vez modificado, o
motorista leva o carro até o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia), que avaliará a qualidade do produto. Se
aprovado, será emitido um Certificado de Segurança Veicular (CSV). E por
último, os veículos modificados receberão novos Certificados de
Registro (CRV) e Licenciamento (CRLV). “É preciso ficar atento ao prazo
da autorização prévia do Detran, pois só tem validade de 30 dias”,
ressalta Ricardo Ruiz, da empresa Legalize Seu Veículo. Passado o prazo,
o motorista não pode mais rodar com o carro modificado e, de acordo com
o especialista, uma segunda autorização é mais difícil de conseguir.
Todo
esse processo, se feito pessoalmente, custa em torno de R$ 400. Mas
empresas despachantes fazem o serviço em oito dias por até R$ 900.
Porém, a comodidade não exclui a obrigatoriedade da presença do dono do
veículo para as inspeções. O condutor que for autuado com qualquer
característica do veículo alterada sem constar a informação nos
documentos, receberá cinco pontos na CNH e multa no valor de R$ 127,69
(infração grave), além de ter o veículo retido para regularização.
Os gases de escape giram a turbina, que dá movimento ao compressor; este injeta ar sob pressão no motor (imagem: Honeywell) |
Fonte: revistaautoesporte.globo.com
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