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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Motoristas ignoram riscos de explosão em postos de combustível


Não fumar, não utilizar equipamentos eletrônicos e sair do veículo enquanto ele é abastecido são recomendações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para evitar o risco de explosão em postos de combustível. Muitos motoristas, porém, ignoram as determinações.

A reportagem da EPTV esteve em alguns estabelecimentos de Ribeirão Preto (SP) na manhã desta segunda-feira (10) e registrou o desrespeito às normas. O mototaxista Amauri Ribeiro, por exemplo, permaneceu em cima da moto durante o abastecimento. “Eu não desço porque chego com pressa e saio com pressa também. A gente corre o risco, mas fazer o que?”, disse.

A professora Eliete Aparecida afirmou que conhece as regras, mas nem sempre consegue cumprir. “Eu respeito na medida do possível, como não falar ao celular, desligar o veículo, mas sair [do carro], nem sempre. Só quando tem que passar o cartão de crédito”, disse.

Riscos

O técnico em segurança do trabalho Eulálio Cristalino explica que, durante o abastecimento, os gases liberados pelos combustíveis - que são duas vezes mais pesados que o ar - ficam concentrados num raio de 7,5 metros da bomba e podem explodir em contato com chamas ou faíscas.

“No momento em que você liga e desliga o celular, por exemplo, há um contato, uma transmissão de energia e esse é o momento do risco. Se o motoqueiro estiver em cima da moto e vier a tocar na parte metálica, também poderá gerar uma centelha em razão da energia estática”, afirmou.

A engenheira de segurança do trabalho Sandra de Castro alerta ainda para os perigos de o motociclista inalar os gases liberados pelo combustível. “Ele aspira esse vapor, composto de hidrocarbonetos aromáticos, que faz mal à saúde. Além disso, existe o risco de o frentista abastecer, o motociclista mexer a moto e haver um derramamento do líquido.”
Postos

As normas determinadas pela portaria nº 116/2000 da ANP devem ser afixadas nos postos de combustível, em local acessível a todos os clientes. Entretanto, para o vice-presidente da Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e Lubrificantes (Brascombustíveis), Renê Abbad, a principal dificuldade é conscientizar os motoristas.

“O consumidor que vem abastecer, sempre tem pressa. É difícil para o frentista explicar que naquele momento você está correndo um risco porque está numa área gasosa-explosiva. A gente pede, mas geralmente ouve o seguinte: ‘estou com pressa’ ou ‘vou a outro estabelecimento’. Fica complicado obrigar a pessoa."

A ANP não sabe informar quantos consumidores desrespeitam as normas em Ribeirão, porque a fiscalização limita-se à conferência das placas e cartazes sobre a periculosidade.


Fonte: g1.globo.com
Imagem: Google

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