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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Curta a folga sem se preocupar com o carro

Foto: Divulgação


Fins de semana e feriados prolongados são ocasiões ideais para pegar o carro e cair na estrada. Bagagem conferida, porta-malas carregado, destino definido. Sinal de que tudo está certo, ok? Errado. O planejamento de uma viagem de carro começa bem antes com a inspeção do automóvel. Para que a viagem seja aproveitada com segurança é importante saber se o veículo está em perfeitas condições de uso. Para isso, realizar uma inspeção alguns dias antes de partir é fundamental para garantir uma ida e volta livre de imprevistos. Além de contribuir com a segurança e evitar incidentes, a inspeção com caráter preventivo pode ainda poupar os viajantes de gastos extras com o carro durante e depois da viagem.

Para Gerson Burin, analista técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), é recomendável que o proprietário do veículo agende a inspeção com certa antecedência e não deixe para a última hora. “Acredito que uma semana de antecedência é um bom prazo. Isso evitará se deparar com oficinas superlotadas e até ter alguns dias de folga caso o carro precise esperar por alguma peça faltante nos estoques”, orienta.

Confira abaixo algumas dicas dos itens que devem ser inspecionados no seu veículo antes de sair acelerando por aí.

Sem sair da garagem

É sempre importante que o veículo passe por manutenções periódicas em oficinas especializadas. E os planos de manutenção podem variar de acordo com a marca e modelo do carro. Basta seguir as recomendações do manual de manutenção do veículo. Porém, antes mesmo de levar o carro para uma oficina especializada é possível que você mesmo assuma o papel de inspetor e faça um breve check-list de alguns itens. Mesmo que você não seja um técnico e não faça os reparos, no mínimo, isso irá contribuir para ter uma ideia do que realmente precisará ser reparado, trocado e quanto você terá de desembolsar. Então, mãos à obra!

Equipamento obrigatório

Para começar, verifique o prazo de validade do extintor de incêndio, a presença e o estado do macaco, triângulo e da chave de rodas. Só para se ter ideia, caso você seja flagrado sem esses itens ou em desacordo com o determinado pela legislação de trânsito terá que arcar com uma multa de R$ 127,69, além de somar cinco pontos na carteira de habilitação, o que é considerado uma infração grave.

Todas as luzes

Cheque o sistema de iluminação do carro. Isso levará apenas alguns minutos. Olhe as lanternas, farois, luz de marcha ré, de freio, mas não se esqueça das luzes menores como setas, luzes de emergência, brake-light e de placa. Caso não haja nada queimado, você acaba de se livrar de uma multa de R$ 85,13 e de quatro pontos na CNH.

O analista do Cesvi, Gerson Burin, lembra ainda que além de verificar se as luzes estão funcionando, regular a altura dos faróis também é essencial. “Isto irá livrar o condutor de ter a visibilidade prejudicada durante a noite e pode até evitar acidentes”, enfatiza.

Olha a chuva!

O seu carro está preparado para encarar uma chuva? Não queremos saber se ele tem infiltrações, isto é uma outra história. O fato é que nessas horas um componente pequenino pode fazer uma grande diferença. Estamos falando das paletas do limpador de para-brisas. Verifique se elas não estão ressecadas e se estão agindo de forma eficiente. Se você notar formação de faixas ou riscos no para-brisa, ruídos, trepidação, lâmina quebradiça, torta ou rasgada é sinal de que é hora aposentá-las. Seja por defeito ou má operação, providencie a troca. Assim você se livra dos R$ 127,69 de multa, referente à infração grave e 5 pontos na CNH, além de poder dirigir com segurança e não comprometer a visibilidade em caso de chuvas neste carnaval.

E já que estamos mexendo aqui, aproveite para verificar se o reservatório do limpador do para-brisa está cheio, se os esguichadores estão bem posicionados e desobstruídos. De acordo com Gerson Burin, acrescentar um pouco de detergente neutro no reservatório facilitará ainda mais a limpeza de impurezas durante a viagem.

Cintos com segurança

Item individual e fundamental a todos os ocupantes do veículo, os cintos de segurança dianteiros e traseiros também devem ter seu estado inspecionado. O cadarço ou tira deve estar em bom estado, isto é, sem rupturas, fios soltos ou qualquer característica que possa vir a prejudicar sua eficiência. Teste também a colocação e soltura do cinto para saber se a trava libera o componente facilmente. Durante a utilização, a fita deve correr livremente, porém no momento de uma freada e colisão deve travar imediatamente. É importante saber que após uma colisão forte todo o conjunto – fecho/retrator/cinto – deve ser substituído.

Airbag, ok?

O airbag é um item que não precisa de manutenção, porém para saber se há algo errado com o sistema é só dar uma olhada no painel de instrumentos. Caso uma luz indicativa do sistema esteja acesa, não pense duas vezes e leve o carro a uma oficina especializada para fazer uma verificação.

Freios: o conjunto da parada

Falar em sistema de freios abrange uma série de itens que fazem parte do conjunto. Normalmente, no manual do veículo cada item possui uma vida útil e o prazo para troca também pode variar de acordo com a forma de utilização do condutor. O importante é saber que pastilhas, discos, mangueira, fluido, lonas e até a regulagem do freio de estacionamento devem ser feitas por um profissional especializado e no prazo correto (dependendo da marca varia de tempo ou quilometragem). Você também pode avaliar, de forma geral, a condição dos freios trafegando em uma pista livre e vendo se o sistema responde instantaneamente e “puxa” para os lados se existem ruídos de pastilha entre outros sintomas. Assim no momento em que levar o carro à oficina poderá contribuir com seus relatos. Para Gerson Burin, um indicador de que alguma coisa não está bem é o baixo nível do fluido. “Se isso acontecer há algo errado com os freios e o carro deve ser levado o quanto antes para uma oficina”, orienta.

Direções

Seja mecânica, elétrica ou hidráulica, ela também precisa de sua atenção. Trepidações e folgas são sinais de que a direção precisa de ajustes. Se o seu veículo possui sistema hidráulico fique de olho no nível do óleo.

Suspensão

Normalmente, os amortecedores devem ser substituídos a cada 30 mil quilômetros ou 40 mil quilômetros, mas vale a pena, mais uma vez, consultar o manual do veículo e levar em conta a recomendação do fabricante. “Mesmo tendo uma quilometragem estimada de troca a substituição da peça leva em conta a forma como o carro é guiado e os terrenos em que transita. Dependendo destas condições o prazo pode ser reduzido”, comenta Gerson Burin.

Para saber se os itens precisam ser substituídos o CESVI dá uma dica caseira de como avaliar os amortecedores. Segundo a Instituição basta empurrar o veículo para baixo sobre cada uma das rodas e logo em seguida soltar. A recomendação é observar se a oscilação acontece de uma única vez. Caso isto não ocorra é sinal de que o carro precisa fazer uma visita à oficina.

Já o chefe do Centro Técnico da Engenharia de Amortecedores da Magneti Marelli, Antonio Colla, alerta que um amortecedor comprometido pode ser um fator decisivo para aumentar o risco de acidentes. “Os perigos se traduzem em falta de conforto, maior espaço necessário para frenagens, instabilidade do veículo nas retas e, principalmente, nas curvas”, explica Colla. O executivo ressalta ainda que caso haja alterações visíveis nos amortecedores, como vazamento de óleo, amassados, ou outros sinais deste tipo é recomendada a troca do componente, independente de sua quilometragem.

Uma olhada nos pneus

Uma checagem visual já é suficiente para avaliar a situação do quarteto. Comece reparando se eles estão desgastados. Para isso é preciso verificar a profundidade dos sulcos. A orientação do Cesvi é procurar a sigla TWI ou o símbolo do fabricante e seguir o alinhamento dessa marca até o sulco, pois nele terá um ressalto que é um indicador de desgaste. Você precisa avaliar se a altura da banda é maior do que a deste indicador. Se isso não acontecer é sinal que o pneu já chegou ao limite e precisa ser trocado.

Gerson Burin destaca uma outra questão importante e que nem sempre é lembrada pelos proprietários. “Além de verificar o estado dos pneus deve-se também atentar para a validade do compostoque está estampado no código DOT”, informa. A sigla DOT (de Department of Transportation) irá indicar a validade do pneu por meio de alguns dígitos. Para ler o significado é preciso identificar um código de quatro dígitos. Os dois primeiros representam a semana e o último o ano. Por exemplo, 0509 quer dizer quinta semana de 2009.

Outro ponto importante é a calibragem dos pneus que, de acordo com o especialista do Cesvi, deve ser feita sempre com o veículo frio para que não haja alterações nos valores. Lembre-se ainda que as indicações do número de pressão de cada veículo são distintas e normalmente estão indicadas no manual do veículo ou as vezes constam até na tampa do bocal de combustível.

Feito isso, está tudo terminado não é? Estaria se não faltasse o estepe, item muitas vezes deixado de lado na verificação. Além de verificar o estado do quinto pneu é preciso conferir se ele também está calibrado.

Abrindo o capô

Embora seja um conjunto complexo, o motor pode transmitir alguns sintomas de que não está bem. Para perceber é preciso ficar ligado em alguns sinais. Se por acaso o motor de seu veículo apresentar ruídos fora do normal, engasgar ou demorar para pegar, aumentar o consumo, perder potência e torque, esquentar demasiadamente, emitir muita fumaça na saída do escapamento, baixar o nível de água ou óleo freqüentemente você pode ter certeza de que ele está precisando de ajuda profissional. Quando parar o carro na rua ou mesmo em sua garagem observe também se há vazamento de óleo, que pode ser percebido pelas manchas no chão.

Para manter o seu motor sempre em boas condições, o Cesvi preparou uma listinha com recomendações. Se você acha que o melhor para manter o motor limpo é jogar água está enganado, a orientação é para fazer a limpeza apenas com pano úmido. Não deixe de inspecionar o filtro de arfiltro de combustível, atente para o nível de água e óleo no reservatório e sempre abasteça com combustível de confiança.

E se você quiser evitar grandes prejuízos leia com atenção esta recomendação. Fique de olho nos prazos de troca, barulhos e estado físico da correia dentada ou corrente do motor. Independente de seu carro utilizar um dos dois modelos, recorrer ao manual para saber sobre a vida útil deste item é muito importante para evitar gastos que podem ser evitados. Na média de preços, a troca da correia dentada de um modelo popular sai por volta de R$ 400, enquanto os custos com os danos causados pela quebra da peça podem chegar a assustadores R$ 4 mil. Mais uma vez, é melhor prevenir do que remediar.

Cuidando da transmissão

Antes de qualquer coisa, evitar o vício dirigir com o pé na embreagem já ajuda na vida útil deste componente. Para saber a hora de trocar a embreagem leia a recomendação do manual, mas não se esqueça de que a vida útil desta peça está diretamente ligada às condições de uso. Não esqueça de verificar o nível de óleo do câmbio e se perceber que o carro está “patinando” nas trocas de marchas, emitindo ruídos de rolamentos e juntas homocinéticas, além de outras anomalias, procure um especialista.

E o motorista?

De nada adianta o veículo sair por aí em perfeitas condições se sua peça fundamental, o motorista, não está. É dever de quem está atrás do volante, principalmente nesta época em que o volume de veículos nas estradas aumenta e, por conseqüência, o número de acidentes também, manter uma conduta responsável e redobrar a atenção no trânsito. Portanto, fique atento para não trafegar com velocidade acima do permitido, não ingerir bebidas alcoólicas antes ou durante a condução, não realizar ultrapassagens arriscadas, respeitar as regras de sinalização e andar com documentos irregulares. Não se esqueça de checar se chegar se, além da bagagem, está levando a documentação do veículo e documentos pessoais.

Cuidado: estradas lotadas sinônimo de acidentes

Levantamento realizado pela Polícia Rodoviária Federal aponta que de 2008 para o último ano, no feriado de Carnaval o número de acidentes nas rodovias federais aumentou mais que o dobro. Segundo Edson Varanda, inspetor chefe de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal do Estado de São Paulo, entre os dias 20 a 25 de fevereiro de 2009 foram registrados 230 acidentes nas rodovias do Estado, sendo que do total 90 resultaram em feridos e outros cinco, em vítimas fatais. Em comparação com os números de 2008, a quantidade de acidentes de trânsito nas rodovias cresceu 132,9%.


Fonte: Larissa Florencio / carsale.uol.com.br

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